Opinião: SAF como caminho para um novo Vitória

O Vitória vive há anos uma realidade que combina paixão de sua torcida com desafios administrativos e financeiros que ameaçam seu protagonismo. Nesse cenário, a criação de uma SAF surge não apenas como uma alternativa, mas como um passo estratégico para garantir um futuro mais sustentável e competitivo.

A SAF representa, antes de tudo, a profissionalização da gestão. O modelo permite a entrada de investidores, separa o clube social da operação do futebol e oferece mecanismos jurídicos que protegem o patrimônio, como o Regime Centralizado de Execuções – essencial para organizar dívidas e evitar riscos como a perda do Barradão.

Para um clube que já enfrentou processos judiciais e crises financeiras recorrentes, essa blindagem é um fator decisivo para estabilizar as contas e recuperar a credibilidade no mercado. Além do aspecto financeiro, a SAF abre portas para investimentos em estrutura, base e elenco.

Com recursos bem aplicados, o Vitória pode voltar a ser protagonista na Série A, disputar títulos regionais e nacionais e, principalmente, resgatar a autoestima de sua torcida. Em um futebol cada vez mais competitivo e globalizado, depender apenas de receitas tradicionais – bilheteria, patrocínio e direitos de transmissão – é insuficiente para quem sonha em crescer.

É claro que a transformação em SAF não é um passe de mágica. É preciso transparência, governança sólida e um projeto de longo prazo para que o clube não troque uma crise por outra. O Vitória deve negociar com responsabilidade, escolhendo parceiros que compreendam a importância cultural e histórica do clube para o futebol baiano e brasileiro.

O torcedor rubro-negro, que sempre se orgulhou da força do Leão, sabe que paixão não paga contas, mas pode ser a base de apoio para uma virada histórica. A SAF, se bem conduzida, pode ser o motor dessa virada, recolocando o Vitória no caminho de conquistas e garantindo que o Barradão seja palco de glórias por muitas gerações. O futuro do clube depende de coragem para mudar – e a SAF parece ser o rugido que o Leão precisa para voltar ao topo.