Fábio Mota comenta bloqueio das cotas da Libra e reforça decisão do Vitória pela Liga Forte União: “Saímos antes da bomba estourar”

O presidente do Vitória, Fábio Mota, voltou a defender a decisão do clube de deixar a Libra e migrar para a Liga Forte União (LFU) a partir de 2029, após o bloqueio judicial das cotas de televisão da associação.

O dirigente considera que a medida, motivada por uma ação do Flamengo, reforça a escolha estratégica feita pela diretoria rubro-negra. De acordo com Mota, a liminar obtida pelo clube carioca na Justiça do Rio de Janeiro resultou em um bloqueio de R$ 258 milhões em receitas de TV da Libra.

Até que o caso seja julgado, a Globo depositará o montante em juízo, impedindo o repasse imediato aos times: “É um bloqueio de 258 milhões. Até se resolver, a Globo não está repassando o dinheiro para os clubes, a Globo vai depositar judicialmente e se discutir. O que o Flamengo quer? Quer mudar o critério de distribuição”, explicou.

Hoje, a Libra divide 40% das cotas de forma igualitária, 30% conforme audiência e 30% pelo desempenho esportivo. O Flamengo propõe manter os 40% iguais, mas que os outros 60% sejam calculados a partir do pay-per-view (Premiere), com cada assinante indicando seu clube de preferência.

“Se isso prosperar, o Vitória perde 8 milhões por ano nessa mudança de critério”, alertou o presidente.

Mota argumenta que a ida para a LFU garante maior segurança financeira. Na nova liga, a divisão será de 45% igualitários, frente aos 40% da Libra. Mesmo após vender 15% dos direitos futuros para antecipar recursos por cinco anos, o Vitória terá 20% a mais de receita durante 45 anos em comparação ao que receberia permanecendo na Libra.

“Na LFU, o bolo é dividido com 45% igualitários, enquanto na Libra são só 40%. Além disso, mesmo vendendo 15% do que vai receber, o Vitória passa a ganhar 20% a mais durante 45 anos. Nós saímos na hora certa, antes de estourar esse bloqueio judicial”, afirmou.

O dirigente também negou rumores sobre a venda de todo o contrato futuro: “Não é verdade que o Vitória vendeu tudo por 50 anos. Nós vendemos 15% e antecipamos cinco anos apenas. A partir daí, o contrato volta ao modelo original. Comigo é transparência de todas as formas.”

Para Mota, o impasse na Libra, que deixou R$ 258 milhões parados na Justiça, comprova que a mudança para a LFU oferece mais previsibilidade e crescimento de receita a longo prazo, blindando o Vitória de possíveis prejuízos caso a proposta flamenguista avance.