Após duas derrotas vexatórias no Campeonato Baiano para Itabuna e Juazeirense, qual sentimento o torcedor do Vitória tem sobre 2023? Quais as perspectivas? O clube e a torcida estavam em lua de mel. A sincronia vista entre os jogadores, a comissão técnica, a diretoria e a torcida do Leão estava visível de uma forma praticamente inédita, até que culminou no acesso à Série B no ano passado após a recuperação histórica.
A associação em massa da torcida que quase fez o clube atingir a marca dos 15 mil sócios, transpareceu a esperança da torcida de uma temporada melhor, com boas possibilidades de títulos no estadual e até na Copa do Nordeste, além de uma boa campanha na Copa do Brasil e o acesso à Série A, que é o principal objetivo. Porém, hoje o cenário mudou.
O time se mostra instável dentro de campo desde o jogo contra o Cordino pela pré-Copa do Nordeste, onde só nos classificamos no último minuto. Alguns fatores foram determinantes para atuações tão ruins: a perda de Dionísio para praticamente a temporada inteira, a queda de rendimento de peças fundamentais em 2022 como Dalton e Rafinha, escalações e substituições questionáveis feitas por João Burse e, obviamente, os “trasnfer bans” sofridos pelo clube que o impedia de registrar novos jogadores no BID da CBF por conta de dívidas deixadas pelas gestões anteriores.
A diretoria resolveu a questão do “transfer ban” e todos os novos jogadores foram inscritos no BID. O último deles foi o lateral direito Zeca, que foi registrado somente um dia antes da disputa contra o Santa Cruz, já tendo atuado como titular na 1ª rodada da Copa do Nordeste. Railan, que vinha atuando como titular na posição, foi diagnosticado com uma lesão na posterior da coxa e ficará de fora entre uma e duas semanas.
O treinador João Burse está pressionado a fazer o que seja simples e assertivo. São apenas seis jogos na temporada, mas não há mais espaços para erros, portanto o jogo de quinta-feira (26) é fator determinante para a sua permanência no clube. O acesso heroico em 2022 que antes estava sendo vista como uma virada de chave na fase tenebrosa que o clube vem passando nos últimos anos, agora passa a ser vista por muitos como um simples acaso que tinha que acontecer naquele momento e não pela “qualidade” dos atletas e da comissão técnica.
Cobrar, exigir postura dentro de campo e vitórias é direito de todos os rubro-negros, mas também é dever apoiar a cada jogo. Acreditar é algo que vai além dos nossos olhos, assim como acreditamos que era possível reverter 2,6% de chances de sucesso em uma competição, mas isso não vai acontecer o tempo todo. Enfim, com todo esse cenário, como a torcida pode crer que o time vai passar a corresponder dentro de campo? A resposta é que, neste momento, o amor pela instituição é o único fator determinante para isso.
Autor: Nadson dos Santos Barbosa, 30 anos – Salvador/BA
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