Atacante ex-Vitória segue na luta por volta aos gramados e diz que rescindiu vínculo por ‘falta de confiança do clube’

Foto: Ruan Melo

São muitos os casos de jogadores que sofrem com lesões ao longo de sua carreira. O atacante ex-Vitória, Luan Silva, de 24 anos, é um deles. Ele vive um drama como jogador de futebol por não atuar há três anos, são mil cento e trinta e oito dias sem poder praticar o seu trabalho. Em entrevista ao ge, o atleta destacou que segue na luta pela volta aos gramados e disse que o motivo pelo qual rescindiu com o Leão foi pela “falta de confiança do clube”.

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Segundo Luan, o comando Rubro-Negro recomendou sua aposentadoria. “Quando fiz o segundo exame e tinha evoluído muito pouco na visão deles, eu senti que eles não acreditaram em mim. Isso se tornou certeza. Dentre as cláusulas da rescisão, eles alegam que não acreditavam, que era melhor eu acabar me aposentando, nem sequer jogar ‘um baba’, ‘bater uma pelada’ na rua. Então, a situação foi essa”, relatou o ex-Palmeiras, clube em que o atacante se lesionou em seu primeiro treino.

Luan Silva atualmente se recupera da quarta cirurgia no joelho e não tem previsão de retorno aos gramados. A recomendação do Vitória para Luan se aposentar foi feita após jogador passar por avaliação do departamento médico do clube. O ge procurou Dilson Pereira Junior, diretor jurídico do Rubro-Negro, mas ele preferiu não dar detalhes sobre o laudo emitido na ocasião. “O atleta se submeteu a exames aqui no Vitória. Depois, o clube apresentou um laudo. E as partes deram sequência ao que tinham ajustado. Dada a natureza da relação, o Vitória não pode se alongar sobre o assunto”, ponderou Dilson.

“Acabei deixando de ir para o clube, porque eu vou em quem acredita em mim”, disse Luan Silva em relação a postura do Vitória com a sua lesão.

Foi cogitado que o atacante pudesse reforçar o Vitória no Campeonato Baiano 2023, dessa forma, criou-se expectativa acerca de sua volta. No entanto, ele nega que estivesse perto de ter condições de jogar naquela época. “Nunca existiu isso. As lesões não estavam cicatrizadas e, quando eu evoluía, começava a dar uma progredida, meu joelho incomodava, inchava, sentia dor. Isso [possibilidade de jogar o Baiano] nunca existiu. Eu vi as pessoas esperançosas com isso, com o fato de estar voltando, acho que falhei nesse aspecto de falar, mas não cabe fazer autocrítica. Fiquei meio em silêncio”, afirmou o jogador.

Atualmente, o jovem atleta está em Salvador, acompanhado por uma equipe de fisioterapia, que trabalha na reabilitação e reestruturação do corpo do jogador. Fábio Arcanjo, profissional que comanda o tratamento, explicou como o joelho esquerdo do atacante segue em assimetria, mas em progressão. “Fizemos uma análise do padrão de movimento de Luan e percebemos que ele tinha inúmeras alterações de movimento que geravam sobrecarga no joelho. Então, do jeito que ele chegou, não ia jogar futebol nunca. Ele tinha um déficit de força muscular absurdo, gritante. Então, com a assimetria de membros, no caso de déficit de força muscular, é como um carro que anda com o pneu dianteiro direito vazio e o dianteiro esquerdo cheio. Então não dá para o carro seguir em frente. E Luan estava desse jeito. Um lado funcionando bem e o outro lado sem funcionar”, analisou o fisioterapeuta.

Neste momento, é contraindicado que Luan corra e exerça algumas funções básicas de jogador de futebol profissional. “Só de ver minha camisa no vestiário em um jogo, para mim, o que acontecer depois daquilo ali é lucro. Eu imaginei minha camisa no vestiário do Vitória, me imaginei chorando quando visse, a verdade é essa. Infelizmente não aconteceu. Mas creio em Deus que vai acontecer em outro clube. Vou usar uma chuteira, vou entrar em campo, é isso que eu penso”, completou Luan Silva, mantendo a esperança de que pode voltar a jogar futebol normalmente um dia.