Opinião: Burse tinha que ser demitido, infelizmente

Foto: Victor Ferreira / EC Vitória / Divulgação

E lá vamos nós para mais um ciclo de treinador que se encerra no Vitória com pouco tempo de trabalho. João Burse foi um dos principais responsáveis por um acesso histórico do Leão em 2022, mas não conseguiu dar sequência em 2023 no bom trabalho que vinha fazendo. Mesmo com mais de três meses de pré-temporada, o time estava uma verdadeira bagunça dentro de campo e fazia péssimas partidas, obviamente agravadas pela limitação técnica de alguns jogadores.

Eu sou um dos entusiastas de trabalhos longevos para treinadores, talvez por ver incessantes substituições desses profissionais no futebol brasileiro durante todo tempo em que acompanho esse esporte, ao contrário do que acontece na Europa. A diferença é que o brasileiro é “resultadista”, cujo uma filosofia de trabalho fica em segundo plano. No Vitória, o ex-presidente Paulo Carneiro até tentou implementar essa cultura na sua segunda passagem pelo clube com a contratação do estudioso treinador Bruno Pivetti (atualmente na Chapecoense), mas novamente foi vencido pelos maus resultados.

Eu até defendi que Burse não fosse demitido, mesmo após a goleada sofrida para o Itabuna por 1 X 4 no Barradão (uma das maiores vergonhas da história do clube), pois acreditava que tinha sido um acidente de percurso e que drásticas mudanças táticas e comportamentais viriam pela frente, mas vimos mais do mesmo na derrota por 3 X 1 para a Juazeirense na partida seguinte e no empate cedido ao Santa Cruz no último minuto pela Copa do Nordeste, onde ficou escancarada a falta de maturidade e organização da equipe para segurar um jogo que estava praticamente ganho. Enfim, alguns jogos depois, a derrota por 3 X 1 para o CSA que vinha de apenas uma vitória nas últimas oito partidas, foi a gota d’água e o treinador foi demitido. Léo Condé está praticamente fechado com o Leão e deve ser anunciado até amanhã como novo treinador. Nome desconhecido pela maioria dos torcedores baianos, mas que fez bons trabalhos com o Novorizontino e Sampaio Corrêa nos últimos anos, resultando em boas campanhas com elencos limitados (que é o caso do Vitória). Como podemos acreditar que será um trabalho duradouro dessa vez? Que ele seja responsável por uma mudança imediata de postura dentro de campo e que faça pelo menos parecer que este elenco treina diariamente (obviamente, com resultados positivos), pois nem nisso era possível acreditar com o João Burse de 2023.

Autor: Nadson dos Santos Barbosa, 30 anos – Salvador/BA

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