Válter
Informações pessoais
Times de Base
- Olaria
Carreira
No universo do futebol, onde o jogo é uma dança entre o sagrado e o profano, o zagueiro Válter Antonio da Silva personificou essa dualidade de maneira única. Com a delicadeza de uma criança e a ferocidade de um animal, ele se destacou como defensor nato e ídolo do Esporte Clube Vitória durante sua passagem nas trincheiras da defesa, de 1971 a 1977.
Nascido em Duque de Caxias-RJ, em 07/12/1949, Válter iniciou sua jornada no futebol em escolinhas do Botafogo e do Olaria. No entanto, foi no Vitória que ele encontrou o palco para sua trajetória brilhante. Contratado em 1971, por insistência do técnico Jair da Rosa Pinto, seu passe foi adquirido por Cr$ 40.000,00. Desde então, estava traçado o caminho que o levaria à consagração como ídolo rubro-negro.
O ano de 1972 foi marcado pela glória. Válter se firmou na defesa ao lado de nomes como Juarez, Leléu e França, conquistando o Campeonato Baiano e o primeiro Campeonato Brasileiro do Vitória. Nesse período, sua identificação com a torcida cresceu, e ele ficou conhecido não apenas por sua habilidade defensiva, mas também por seu inconfundível bigode e seu toque refinado na bola.
A consolidação de Válter como titular era evidente, e em 1973 ele continuou a ser um pilar na defesa do Vitória. Suas atuações marcantes incluíram vitórias sobre times estrelados, como o Santos de Pelé. Seu desempenho contra o Rei do Futebol demonstrou sua maestria defensiva, ajudando o Vitória a manter sua meta inviolada em confrontos cruciais.
Em 1974, Válter deixou sua marca única ao marcar seu único gol pelo clube. Num empate em 2 a 2 com o Atlético-PR, sua finalização peculiar, de canela, foi suficiente para balançar as redes. Mesmo com a participação destacada do Vitória no Campeonato Brasileiro, a equipe começou a se desfazer, e Válter viu seus parceiros de zaga mudarem ao longo dos anos.
Os anos seguintes viram Válter enfrentar novos desafios, mas sua contribuição persistia. Em 1976, como quarto-zagueiro, ele foi parte fundamental da equipe que venceu o Torneio José Américo Filho, precursor do Nordestão reconhecido pela CBF.
No entanto, 1977 marcou o possível fim da jornada de Válter no Vitória. Último remanescente do elenco fabuloso de 1974, surgiram rumores de uma possível troca com o Bahia. As especulações pairavam no ar, mas, ao final, Válter encontrou um novo destino no futebol baiano, encerrando sua carreira no Fluminense de Feira.
Seus serviços prestados ao Vitória e ao futebol baiano foram imensos, culminando no merecido prêmio do troféu Berimbau de Ouro. Em 1974, Válter expressou uma filosofia que ressoa ainda hoje no coração dos torcedores rubro-negros: “Um jogador de defesa pode até deixar passar a bola, ou o adversário. Os dois é que não podem passar. Um tem que ficar.” Assim, ganhou o apelido de Alicate, com seus carrinhos no estilo de uma tesourada, garantindo que somente a bola ou o atacante permanecessem no lance.
Válter, o Alicate da zaga rubro-negra, transcendeu o campo de jogo para se tornar uma lenda, uma parte eterna da rica história do Vitória.
Títulos
- Torneio José Américo de Almeida Filho
- Campeonato Baiano