Por: Meu Vitoria
O Vitória vive uma espécie de dilema na Série A. Desde a chegada de Fábio Carille, o desempenho do time mudou de patamar. A equipe passou a competir de igual para igual com adversários de maior investimento, mostrou organização defensiva em boa parte dos jogos e, principalmente, tem sido capaz de abrir o placar.
O problema é que a história quase sempre termina do mesmo jeito: com frustração no apito final. Não é exagero dizer que o Vitória tem se especializado em perder pontos nos minutos derradeiros. Basta olhar os últimos compromissos para perceber um padrão que preocupa: o time constrói a vantagem, mas não sustenta.
Contra o Palmeiras, o roteiro foi cruel e conhecido: 2 a 0 no placar, domínio emocional da partida e, ainda assim, empate com gol sofrido no fim em bola aérea. A repetição desses tropeços aponta para dois problemas centrais.
O primeiro é físico. Fechar partidas exige intensidade e capacidade de recomposição, algo que o Vitória claramente não consegue sustentar por 90 minutos. Um elenco enxuto, somado a uma temporada longa e desgastante, cobra seu preço quando o relógio passa dos 35 do segundo tempo.
O segundo problema é mental. Quando a pressão aumenta, o time recua demais, deixa de jogar e passa a apenas reagir — um convite para que o adversário cresça. Fábio Carille precisa agir em duas frentes. A primeira é estratégica: reforçar o meio-campo para controlar mais a posse de bola nos momentos decisivos.
Em vez de apenas empilhar defensores, o Vitória precisa respirar com a bola e ditar o ritmo. A segunda é de gestão do elenco. Um ou dois reforços experientes, especialmente para o setor defensivo, podem ajudar a dar segurança e liderança dentro de campo quando o nervosismo bate.
O Vitória não joga mal. Pelo contrário: há um time competitivo, bem treinado e capaz de fazer frente a qualquer rival no Brasileirão. Mas enquanto não aprender a fechar seus jogos, continuará vivendo no limite entre a esperança e a frustração. Em campeonatos longos, perder pontos assim custa caro — e o Leão precisa decidir se quer apenas competir ou realmente permanecer na elite com tranquilidade.
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