“Era sobreviver em meio a dificuldades sem ter ninguém como alicerce”: diz zagueiro sobre chegada ao Vitória

Revelado pelo Vitória e atualmente no Fortaleza, o zagueiro David Luiz deu entrevista ao GE e falou sobre o início da sua carreira. Aos 37 anos, o defensor relembrou os desafios vividos na Fábrica de Talentos, onde chegou adolescente.

Paulista de Diadema, David Luiz falou das dificuldades em se adaptar ao Nordeste e a necessidade de apressar sua maturidade. “No Vitória, foi quando eu saí de casa, deixei minha família e vi que a vida não era só coisa fácil. Foram dias difíceis, com saudade e tendo que conviver com 150, 200 meninos de lugares e culturas diferentes. Era sobreviver em meio a dificuldades sem ter ninguém como alicerce”, comentou.

Sem tecnologia, o zagueiro revelou como fazia para falar com a familia, em meio às dificuldades financeiras e a pressão emocional. “Falava uma vez a cada 15, 20 dias. Quando arrumava um cartãozinho de orelhão, raspava no chão para ganhar mais unidades ou era muito no ‘parapararapararã…’, a musiquinha da chamada a cobrar. Tomar decisões certas ou erradas era necessário, mesmo sem maturidade para distinguir. Se fosse certo, ótimo. Se fosse errado, precisava lidar com as consequências de maneira solitária”, relembrou.

Vindo ao Leão após ser dispensado da base do São Paulo, David Luiz entrou em campo 55 vezes pelo Rubro-Negro, marcando dois gols e fazendo parte da equipe que tirou o Vitória da Série C em 2005 “O Vitória representa a minha gratidão por tudo. Jogo uma Terceira Divisão, vamos para a Segunda e eu já vou para a Europa. Dei um salto muito grande de etapas que talvez muitos jogadores não deram. É a gratidão de ter amadurecido ali, passar da puberdade para adolescência de uma maneira muito rápida e com muitos amigos na Bahia que me ajudaram bastante. Essa é a gratidão que eu tenho pelo clube que me revelou“, finalizou.

Veja outras notícias sobre o Vitória

• Vitória pode utilizar “brecha” na janela de transferências para reforçar o seu elenco; entenda
• Vale a pena insistir tanto, Vitória? Diretoria do Athletico “bate o pé” sobre Gonzalo Mastriani, diz setorista